sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Agências da ONU recomendam discriminalização do trabalho sexual para conter avanço das DST/AIDS



A Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Programa Conjunto das Nações para o HIV e Aids (Unaids), e a Rede Global de Projetos Sobre o Trabalho Sexual, desenvolveram novas diretrizes para proteger melhor os trabalhadores e trabalhadoras do sexo do vírus HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). 

Esta população é considerada vulnerável às DST/aids por conta do grande número de parceiros sexuais, más condições de trabalho e barreiras na negociação do uso contínuo do preservativo. Além disso, trabalhadores do sexo normalmente têm pouco controle sobre esses fatores por causa de sua marginalização social e da criminalização dos ambientes em que trabalham. Segundo o documento, o uso excessivo de álcool e outras drogas, assim alguns tipos de violência, podem agravar ainda mais as chances de infecção. 

“O risco de um trabalhador do sexo se infectar com o HIV e outras DSTs é muito maior do que em outras pessoas”, disse Gottfried Hirnschall, diretor do Departamento de HIV/Aids da OMS. 

O objetivo do documento Prevenção e tratamento do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis para trabalhadores do sexo em países de baixa e média renda é dar recomendações técnicas sobre programas eficazes para a prevenção e tratamento do HIV e outras DSTs entre profissionais do sexo e seus clientes. 

Prevenir a infecção entre profissionais do sexo tem o potencial tanto de melhorar a saúde individual dos trabalhadores como de diminuir a transmissão de HIV e DSTs em populações maiores. De acordo com o documento, ações já realizadas em países como o Brasil, India, Quênia e Tailândia tiveram sucesso, reduzindo a transmissão de DSTs em profissionais do sexo através do aumento do uso de preservativo, levando a melhores resultados de saúde para os trabalhadores do sexo e controle rápido da epidemia.

As novas diretrizes da OMS recomendam que os países trabalhem na descriminalização do trabalho sexual e pede que as nações melhores o acesso aos serviços de saúde dos profissionais do sexo. Eles também delineam um conjunto de ações para capacitar os trabalhadores do sexo e enfatizam que o uso correto do preservativo e consistente pode reduzir a transmissão entre os trabalhadores do sexo feminino, masculino e transgêneros e seus clientes.

As evidências indicam que onde os trabalhadores do sexo são capazes de negociar sexo seguro, o risco de HIV pode ser drasticamente reduzido. As diretrizes chamam para um rastreamento periódico voluntário e tratamento de DSTs para profissionais do sexo, tanto para melhorar a sua saúde como para controlar a propagação do HIV e DSTs.

De acordo com a OMS, as diretrizes baseadas em evidências são projetadas para uso por funcionários nacionais de saúde pública e gestores de programas de Aids e DST, organizações não governamentais, incluindo comunidade e organizações da sociedade civil e trabalhadores de saúde. Essas orientações também podem ser de interesse para as agências internacionais de financiamento, a mídia científicas e políticas de saúde.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AIDS & PRECONCEITO (VÍDEOS)

 
Vídeo - Preconceito na Rodoviária


Vídeo - AIDS & PRECONCEITO

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

Camisinha: um cuidado eficaz contra as DSTs.
As doenças sexualmente transmissíveis (DST), conhecidas por doenças venéreas, são transmitidas essencialmente pelo contato direto, mantido através de relações sexuais onde o parceiro ou parceira necessariamente porta a doença, e indireto por meio de compartilhamento de utensílios pessoais mal higienizados (roupas íntimas), ou manipulação indevida de objetos contaminados (lâminas e seringas).

Os principais agentes patogênicos são os vírus, as bactérias e os fungos. Essas doenças acometem principalmente o público jovem, tanto de países em desenvolvimento como industrializados, conseqüência de vários fatores de relevância familiar e governamental: a promiscuidade (descuido) individual com a saúde e a carência ou mesmo a falta de programas educativos.

De modo geral, o uso de preservativo, associado a alguns cuidados, impedem o contágio e disseminação. Contudo se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente, além do processo infeccioso, podem levar à infertilidade, gravidez, surgimento de outras doenças oportunistas e até a morte.

Como reconhecer:

Se você encontrar no pênis, na vagina ou no ânus:

- Verruga
- Corrimento
- Bolhas
- Mal cheiro
- Feridas
- Coceira

Ou sentir:

- Dor ao urinar
- Dor na relação sexual

VOCÊ PODE ESTAR COM UMA DST? 


Algumas das principais DSTs:

Sífilis - Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença com evolução crônica (lenta) com surgimento de um cancro duro (lesão) nos órgãos genitais e posterior aparecimento de lesões espalhadas pelo corpo. Quando generalizada, causa complicações cardiovasculares e nervosas, desencadeando nas mulheres o aborto ou o parto prematuro.

Gonorréia - O contágio pela bactéria Neisseria gonorrheae, provoca a inflamação da uretra (canal urinário), pode alastrar-se para outros órgãos causando complicações como: artrite, meningite e problemas cardíacos.

Tricomona – Causada pelo protozoário do gênero Trichomonas Donne, atinge, principalmente, o aparelho digestivo e genital, causando inflamação do canal vaginal, nas mulheres, e da uretra nos homens.

Clamídia - O contágio pela bactéria Chlamydia trachomatis provoca inflamação dos canais genitais e urinários. Nas mulheres, pode ocasionar a formação de abscessos (obstruções com dilatação), infertilidade e dores pélvicas. Nos homens pode provocar esterilidade.

AIDS – Síndrome da imunodeficiência humana (HIV), transmitida por um retrovírus que destrói as células de defesa (linfócito T), resultando na baixa imunidade do organismo que fica suscetível a outras infecções. Dentre os sintomas iniciais destaca-se: fadiga, febre, distúrbios do sistema nervosos central, inchaço crônico dos gânglios linfáticos e o surgimento de vesículas avermelhadas na derme.

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
A automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde.

Por Krukemberghe Fonseca
Graduado em Biologia
Equipe brasil Escola

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Boas notícias em 2012

Brasileiro nos EUA desenvolve vacina experimental 
mais eficaz contra HIV



Uma vacina com a combinação de cinco anticorpos conseguiu manter os níveis do vírus HIV abaixo dos detectáveis durante mais tempo que os tratamentos atuais, informou nesta quarta-feira, 24 de outubro, a revista Nature. Divulgado no Brasil pelo portal UOL, o estudo foi feito pelo imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, membro da Academia Americana de Ciências na Universidade Rockefeller, em Nova York.

O tratamento experimental é composto por cinco potentes anticorpos monoclonais, idênticos entre si porque são produzidos pelo mesmo tipo de célula do sistema imunológico, e foi administrado em ratos "humanizados" - ou seja, que dispõem de um sistema imunológico idêntico ao humano, permitindo que sejam infectados com o vírus HIV. Estima-se que esta é uma fórmula que poderia evitar a infecção de novas células.

Nussenzweig observou que, desde que foi iniciado o tratamento, a carga viral tinha caído para níveis abaixo dos detectáveis e assim se mantiveram por até 60 dias após o término do tratamento. Em seguida, o cientista brasileiro comparou resultados ao tratar ratos com uma combinação de três anticorpos monoclonais e, também, com um tratamento baseado em um único anticorpo.

Ao tratar os roedores com uma vacina com três anticorpos, o HIV se manteve em níveis baixos até 40 dias após o fim do tratamento, enquanto a monoterapia só permitiu que o vírus não fosse detectado durante o tempo em que o rato estava recebendo o tratamento, cerca de duas semanas.

"O experimento demonstrou que combinações distintas de anticorpos monoclonais são eficazes na hora de suprimir a replicação do HIV em ratos `humanizados`, por isso podem prevenir a infecção e servir para o desenvolvimento de novos tratamentos", defendeu o especialista em seu artigo.

Na atualidade, o tratamento anti-retroviral em humanos consiste em combinar pelo menos três drogas antivirais para minimizar o surgimento de vírus mutantes resistentes aos remédios.

No entanto, o HIV se armazena em uma espécie de "depósito" ou reservatório viral, o que faz com que a carga viral do paciente se eleve quando o tratamento farmacológico é interrompido, e o vírus volta a aparecer depois de 21 dias.

Apesar dos resultados promissores de Nussenzweig, ainda serão necessários testes clínicos que permitam avaliar a eficácia do tratamento em humanos e medir os efeitos sobre a infecção em longo prazo.

Notificação de casos de Aids em idosos tem aumentado



A notificação de casos de aids entre os idosos só tem aumentado. Dados do último Boletim Epidemiológico Aids e DST, do Ministério da Saúde, indicam que desde 1980 forarn 18.712 casos em pessoas acima dos 60 anos.

Somente no ano passado, o Ministério da Saúde teve 1 .620 notificações em homens e mulheres nesta faixa etária - contra 682 registros em 2000. No Paraná, o número de casos em pessoas acima dos 50 anos representa 1 1 ,24% do total, enquanto as ocorrências entre jovens (entre 20 e 34 anos) somam 40,13% dos

O aumento da expectativa de vida da população e o comportamento social dos idosos, bem mais ativo do que em décadas anteriores, são dois motivos que explicam este cenário. "O boom aconteceu mesmo a partir dos remédios para a disfunção erétil. Com isto, os idosos conseguiram manter relações por mais tempo. Além disto, o idoso encara a camisinha apenas como um método anticoncepcional. E existe também a dificuldade para colocar o preservativo, de manusear mesmo, além do medo de perder a erecão", explica Clóvis Cechinel, geriatra do Laboratório Frischmann Aisengart.

O comportamento da mulher idosa também mudou ao longo dos anos e incentivou mais relacionamentos na terceira idade, mesmo os casuais. A mulher com mais de 60 anos trabalha, vai na academia e tem mais independência. "A mulher tem uma independência econômica, cultural, viaja mais. Os valores culturais para os idosos mudaram e, com isto, veio uma situação de vulnerabilidade. A mulher já admite ter outros parceiros e ter uma vida sexual ativa, mas muitas vezes sem o uso do preservativo", analisa Elisete Maria Ribeiro, coordenadora do programa estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Idade avançada dificulta diagnóstico

Os idosos têm mais dificuldade de conversar sobre a vida sexual e os perigos em torno disto com os médicos e com a família. Até mesmo não se vê nas campanhas educativas, mais voltadas para os jovens, na opinião do geriatra Clóvis Cechinel. "A aids ainda é uma doença estigmatizada e este diagnóstico para o idoso é uma situação difícil para ele trabalhar", alerta. Ele ressalta que os médicos que receitam os comprimidos para a disfunção erétil devem fazer toda a orientação para os homens sobre a aids e as DSTs.

O Ministério da Saúde avisa que, diante da fragilidade do sistema imunológico de quem tem mais 60 anos, o diagnóstico de infecção por HIV pode ser mais difícil. Alguns sintomas da aids podem ser confundidos com outras doenças. Com isto, há um risco grande de diagnóstico tardio. "Muitos não sabem que têm e, quando sabem, logo morrem. Em um caso de pneumonia que não reage ao tratamento, por exemplo, somente depois é feito um exame para diagnosticar a aids. Quando sabe, já existem outras infecções e, por isto, a mortalidade é maior", esclarece Elisete Ribeiro, da Secretaria de Estado da Saúde. Não existe outra recomendação a não ser usar os preservativos e fazer o teste que detecta o HIV. A Sesa está lançando o programa Fique Sabendo, que já tem a adesão de 220 municípios, no qual será possível fazer os testes nas unidades básicas de saúde.



Joyce Carvalho - Diário do Paraná-Online